domingo, 30 de setembro de 2007

Como os adultos são idiotas e burros! - Homenagem à Anne Frank

Domingo, 30 de setembro de 2007

Querida Anne,

"No topo do mundo ou no mais profundo desespero..."

Às vezes, quando se está trancafiada após muito tempo no mesmo lugar o único
objetivo é fugir dali. Mas, e se esse lugar for seu próprio universo e não
tiver como fugir dele, seria um pensamento demasiadamente egoísta querer ficar
longe das pessoas e gritar ao mundo "me deixe em paz"?

"Uma pessoa pode sentir-se isolada, mesmo sendo amada por muita gente, só pelo
fato de não ser a 'única' de ninguém"

Todo mundo quer ser especial, todo mundo quer que alguém lhe dedique a vida à
admirá-lo ou amá-lo mas e quando se está do outro lado? Amando loucamente
alguém, indo à água-furtada com a desculpa de pegar batatas para o jantar só
para vê-lo? Será que alguém quer esse sentimento?

"Oh! Peter, Peter, como vou livrar-me de sua imagem? Qualquer outro em seu
lugar não passaria de um substituto. Amo-o com um amor tão grande que nao cabe
mais dentro de meu coração, tem que se espalhar na imensidão para poder
manifestar-se em toda sua plenitude!
Há uma semana, até mesmo ontem, se alguém me perguntasse 'Dos rapazes que
conheceu qual escolheria para casar?', teria respondido 'Não sei'. Agora,
porém, gritaria sem hesitar: 'Peter, porque o amo de todo meu coração e com
toda a alma. Entrego-me completamente!' Mas há uma coisa: ele só pode tocar
meu rosto e nada mais."

Como é adorável a ingenuidade da época. E ainda somada à ingenuidade dos
infantes, se todos continuassemos assim talvez a própria Anne não teria de ter
sofrido tanto nesses anos em que escrevera à sua Kitty. Se, ao menos
lembrássemos como era ficar feliz por causa de um olhar caloroso e cheio de
afeto.

"O melhor remédio para os que sofrem de medo, solidão ou infelicidade é ir
para um lugar ao ar livre, onde possam estar sozinhos com o céu e com a
natureza. Só então a gente sente que tudo está como deveria estar. Enquanto
isso existir - e certamente existirá -, sei que sempre haverá consolação para
todas as tristezas, sejam quais forem as circunstâncias. Acredito firmemente
que a natureza traz alívio a todas as aflições"

Com suas devidas modificações - já feitas - essa frase me traz conforto.

"Como, hoje, compreendo sua atitude reservada e seu relacionamento com os pais
e quanto gostaria de poder ajudá-lo!
- Você me ajuda sempre - disse ele.
- Como? - perguntei surpresa.
- Com sua alegria."

Existirá sentimento mais formidável do que fazer alguém sentir-se melhor ou,
até me atrevo, feliz?

Sua Kitty

ps.: ainda não terminei o livro mas já deu pra perceber o quão mágica a mente
de uma 'mulher' de 13 anos - que é o que a Anne é - é.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Era uma vez um peixinho num aquário, ele sempre tinha um gato laranja olhando pra ele, obsecado. Ele nunca entendeu pq o gato com tanta coisa lá fora, podendo conhecer tantos lugares, ficasse sempre ali, olhando pra ele. O peixinho ficou tão entediado que um dia resolveu ir conhecer o mundo do gato mas ele não percebeu que ele precisava do mundinho dele pra sobreviver e ali, parado no chão o gato laranja estava olhando pra ele, sem avançar, só olhando sem entender o que o peixe estava fazendo ali. O peixinho morreu pensando no "mundinho" dele, no castelinho pelo qual ele passeava, nas pedrinhas coloridas que ele adorava, aquele era o próprio universo criado pra ele se adaptar àquele lugar e toda a inveja do gato passou. Já o gato, morreu 3 dias depois, já que o objetivo de vida dele tbm se foi, e até o dia de sua morte ele não entendeu pq ele deixou a oportunidade passar.

E ai? Quer ser o peixe e ficar invejando a vida dos outros ou quer ser o gato e sempre querer algo mas na hora de 'correr atrás' fica parado, só olhando a oportunidade morrer e ir embora?

Espero que nenhum dos dois. Eu sou um pouco dos dois...
Mas algum dia eu mudo (haha). teoricamente.